No meio da festa, o patriota Washington gritou:
“Gol do Brasil!!!”
Ao que retrucou o revoltado Robespierre:
“Quem se importa? O povo passando fome e você aí pensando em futebol?! Ora, tenha dó…”
O filósofo Platão, mesmo concordando com Robespierre, preferiu não se meter na discussão. Continuou calado, ao canto da sala, comendo o bolo de laranja.
Enquanto isso, no sofá, a apaixonada Elena seguia com os olhos os passos do aventureiro Ulisses, que, bêbado, importunava o mártir Jesus:
“E você me diz que não tem cinco reais? Por favor, páre de chorar miséria, homem!”
Nisso, o tímido José aproximou-se da insigne Cornélia:
“Esses dois não tem jeito, a senhora não acha? Sempre discutindo por dinheiro…”
Cornélia, ignorando a José, perguntou à piedosa Teresa:
“A senhora foi à missa hoje, comadre?…”
As vozes confundiam-se e intensificavam-se no pequeno recinto. Ninguém parecia se entender. Até que o ingênuo Dagoberto chegou no meio do salão e pediu a todos:
“Silêncio, gente! Papai está chegando!…”
Todos os olhares, nesse instante, viraram-se em direção à porta. Foi então que o inteligente Cícero, levantando-se, anunciou:
“Senhoras e senhores! Com vocês… Antônio de Alcântara Machado!”
E começaram os aplausos. Ao fundo, o lírico Lamartine tentava afinar o violão…
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