O Nobel concedido a Vargas Llosa no ultimo mês é o que se pode chamar da mais inesperada das esperadas notícias. Não que o autor não merecesse a honraria. Afinal, estamos falando de um dos maiores expoentes da Literatura Latino-Americana. E seu nome há muito constava na lista dos prováveis ganhadores. O que mais surpreende é o prêmio ter sido concedido a um escritor assumidamente liberal – ou seja, não-esquerda (o que não necessariamente, em política, significa de direita). Tomemos, por exemplo, os nomes dos mais recentes laureados:
Elfriede Jelinek (2004) – Austríaca feminista e socialista.
Harold Pinter (2005) – Inglês anti-belicista e socialista.
Jean-Marie Gustave Le Clézio (2008) – Francês (e naturalmente do contra).
Isso sem falar no antigo amigo – e agora desafeto, por haver cobiçado a mulher do próximo – de Llosa: o colombiano Gabriel García Márquez. O autor de “Cem Anos de Solidão” foi acusado pelo mais recente Nobel da América Latina de ter se insinuado para a esposa deste ultimo durante uma festa (terá sido daí que Llosa tirou a ideia para escrever La Fiesta del Chivo?). Em troca, Márquez ganhou um olho roxo e Llosa uma dor de cotovelo em 1982 (quando o colombiano recebeu o prêmio da Academia Sueca).
Mas, voltando ao tema: não é segredo algum que Márquez também é um esquerdista, com direito a fumar charutos com Fidel. E isso certamente contou valiosos pontos em 82, não desqualificando, é claro, a genialidade do autor – nem de nenhum dos autores acima mencionados. O problema é que a Academia vinha fazendo da opinião política um requisito ainda de maior importância que a obra na hora de escolher o laureado.
Agora, com o prêmio para Llosa, que afirma abertamente que Lula é complacente para com as ditaduras – e olhe que ele não está errado –, a Academia Sueca deve ter aparado suas arestas politicamente tendenciosas para premiar a velha e simples boa Literatura.
Que os ventos progressistas do Nobel possam chegar também ao Brasil – onde as tendências totalitárias da esquerda populista começam a assustar.
― Puesfijate, compañero Llosa, que en enero, en Brasil, empezará otra Fiesta del Chivo!!!
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