Conforme noticiado em primeira mão pelo site mexeriqueiros.com, o cantor e compositor Evandro Vil foi detido na tarde de ontem, após procedimento de busca e apreensão de paçoca em seu apartamento de cobertura.
Pioneiro e expoente do movimento Rustic Music, com proposta estética baseada em uivos e gritos primais, Evandro Vil a princípio negou qualquer envolvimento com a droga encontrada, afirmando tratar-se de armação para incriminá-lo. Entretanto, no decorrer do interrogatório, o astro acabou por confessar o delito, com a ressalva de que a paçoca destinava-se exclusivamente ao consumo próprio.
Cabe lembrar ao leitor que, pelas leis do país, a posse, o consumo e o refino de paçoca constituem crimes inafiançáveis, qualquer que seja a quantidade e a forma de processamento – em pó, no formato “rolha” ou prensada. Alguns países fronteiriços com a República do Congo toleram o consumo em porções de até 2,5g para alívio de pacientes terminais, com histórico de prisão de ventre comprovado por atestado médico.
Foram apreendidos três pacotes fechados e um começado de 1kg cada, divididos em tabletes individuais de 3cm x 5,5cm. O fato de os fardos confiscados serem prensados leva à óbvia dedução de tráfico – a exemplo dos quadradinhos de haxixe e de Cannabis sativa comercializados pelas quadrilhas de entorpecentes.
A substância ilegal estava acondicionada em compartimento blindado, camuflado atrás dos discos de ouro conquistados pelos CDs “Sou mesmo rústico” e “Rústico Acústico”. Corre no meio artístico a informação de que o bolachão de vinil de “Sou mesmo rústico” contém, quando girado ao contrário, mensagens subliminares que fazem a apologia do consumo de amendoim.
Fontes ligadas à delegacia de narcóticos afirmaram que o generoso lote de paçocas vinha sendo há algumas semanas rastreado pela alta inteligência da PF, tendo desaparecido na última quinta-feira no chamado triângulo das bermudas – região da Rua 25 de Março formada pelas lojas “Ao Bermudão Elegante”, “Bermuda’style” e “Samba-Canção & Cia”. Ainda segundo os investigadores, o carregamento seria dividido em pequenos lotes, colocados nos bolsos das vestimentas e dali distribuídos Brasil afora.
O advogado de defesa de Evandro Vil argumenta que uma celebridade da estatura de seu cliente jamais atuaria no prosaico e pouco rentável tráfico de paçoquinhas. E que, se fizesse da contravenção o seu negócio, optaria por drogas mais pesadas e sofisticadas como a amêndoa, a castanha-do-pará e a macadâmia. Informou ainda que pelo menos 2 dos 3 kg da paçoca interceptada seriam destinados a rituais da recém-fundada seita “AMÉM DO-IN”, que agrega alguns dos dogmas do cristianismo à milenar prática oriental.
Contradizendo esta versão, a PF declarou que junto às paçocas foram encontrados dezenas de maços de notas de 1 e 2 reais, o que é um forte indício da venda a varejo do alucinógeno na própria casa do artista. E faz um alerta à população em geral para que se afaste de guloseimas de origem duvidosa e batizadas com nomes inocentes e insuspeitos, como “Madre Úrsula”, “Nana Nenê” e “Sacizinho”.
© Direitos Reservados
Comente!