Todo outono era a mesma coisa. Os plátanos com o passar dos dias ficavam cada vez mais desnudos, e suas folhas tombavam ao chão. E isso ocorria desde muito tempo, quando talvez tenha surgido sobre a terra, o primeiro Plátano. E depois da abandonar as árvores em qual cruzaram três estações, ficavam as folhas lamentosas, e a mercê da brisa e dos ventos. Sem o vínculo, a elas não se permitia tomar seus próprios rumos, e para onde soprasse a ventania lá iam elas, secas e tristes. Mas como em tudo neste mundo, haverá sempre alguém para rebelar-se contra o sistema, e tentar contrariar a ordem preestabelecida. Coube a uma folha, não tão diferente das outras, talvez mais enrugada, querer andar contra o caminho que lhe indicava o vento. Naquele dia ela usou de todas as suas forças para tentar decidir para onde desejava ir, no entanto desconhecia que quanto mais ela insistia, mais o vento tinha fôlego para aumentar a ventania.
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