Manolo sentara-se no banco de praça e com complacência passou a olhar fixamente para a palma de suas mãos. Ouvira certa vez alguém dizer que eles revelavam sobre o futuro, mas ele nitidamente percebia que tinham muito mais a ver com o passado. Em sua pele envelhecia pela areia dos tempos linhas traçadas se entrecortavam num emaranhado de linhas que provavelmente ninguém mais que ele mesmo poderia compreender. Mas seus olhos sabiam do que se tratava de um verdadeiro mapa composto por cada momento de decisão, e de atitude que tomara. Ali cada caminho escolhido era traçado com precisão que lhe permitia ver por quantas vezes mudara de direção, por quanto teve de se afastar, retroceder, e retornar ao caminho. Um traçado de linhas em continua mutação, a cada escolha que Manolo fazia.
Você também poderá gostar
O pedaço de pão
Havia no reino o maior pão já feito por um padeiro. Ele ficava exposto no coração do castelo para adoração e cobiça do povo e dos nobres. Era um pão enorme, capaz de acabar com toda a fome dos pedintes, da...
129 leitores
Bicho-preguiça
Lá pras bandas do norte num descampado de árvores secas havia um bando de bichos-preguiça. Entre eles, uma chamada Teobaldo que vivia numa árvore grande e sem folhas. Seus galhos se ramificavam por todos os lados, e num...
144 leitores
Torrões de Açúcar
Diz-se que há muito tempo, quando as formigas eram mais ingênuas, e quando não havia espaço para elas fossem ardilosas, as coisas começaram a mudar no formigueiro. Um dia, uma formiga achou por bem que não era...
137 leitores
Comente!