Simplicíssimo

Concursos Públicos: Quem elabora as provas?

Realizei no último domingo prova para o concurso público da FATMA-SC (Fundação do Meio Ambiente), cargo de Analista de Sistema e só tenho reclamações a fazer. Eu e muita gente. A prova era confusa, muito mal feita e com erros grotescos. Por exemplo:
c)1/2
d)2/4
que, para mim, são equivalentes, ou seja: a mesma coisa. Em algumas questões parecia haver duas respostas certas e, em outras, não havia nenhuma!

A coisa mais normal que existe é a pessoa ir bem em matemática e mal em português, ou vice-versa. Mas, pra esse concurso, o candidato teria que ser bom em ambas as matérias. Alguém aí consegue calcular a raiz sétima de 128 na quarta sem calculadora? Será que eu deveria ter chutado tudo na letra C? Sim, pois da questão 7 a 12 e da 15 a 17, no tal do “gabarito preliminar”, consta a opção C é a certa. Dá pra acreditar?

Então decidi descobrir quem elabora as provas dos concursos públicos, mas não encontrei muita coisa a respeito. O pouco que achei, pelo que entendi, dizia que cada instituição elabora suas próprias questões. Em um artigo li que as provas são feitas por um grupo de professores que, na maioria das vezes, não sabe para qual concurso as questões serão usadas, para garantir o sigilo, dizem. Mas, nessa prova, acho que quem elaborou a prova não foram os professores, mas sim, seus ajudantes, ou seus filhos, ou seus estagiários…

Outro… não sei do que chamar… outra “falha” que os concursos cometem é exigir coisa demais pra estudar. Coloca-se uma lista enorme de assuntos (até parece que copiam o índice de uns dois ou três livros), tascam matéria, fazem duas questões babacas, superficiais, e duas aprofundadas demais e, quem sabe, uma que, com um pouco de raciocínio, seja possível de resolver. Mais da metade do que foi pedido no edital não caiu na prova e já vi gente reclamando de assunto que caiu e não foi cobrado.

É claro que eu não quero perguntinhas fáceis. Elas devem, sim, exigir raciocínio e interpretação para que só passem os melhores, aqueles que realmente mereçam passar. Mas não precisam ser absurdas e não devem ser confusas. Na verdade, elas só precisam ser uma única coisa: coerentes. coerentes com o que foi pedido no edital e com o que está sendo cobrado na própria questão.

Mesmo eu tendo estudado bastante creio que não passaria, mas nem por isso vou ficar calado. Anular duas ou três questões vai resolver o problema de alguém? Claro que não! Quem foi bem (e, por mais que eu tenha duvidado que isso pudesse acontecer, teve gente foi bem, mas pelo que parece, estes fizeram prova para o ensino médio) passou e vai continuar passado e, quem foi mal não vai passar. O máximo que pode acontecer é um empatezinho. Paguei R$ 80,00 de inscrição, acordei às cinco da manhã e viajei uns 82Km. Anular as questões não vai resolver meu problema, anular toda a porcaria do concurso também não.

Se (e eu disse SE) ouve algum tipo de pilantragem, deveria ter feito direito, porque ninguém é burro e, inclusive, muita gente mandou recursos (mais de 2mil!) para a própria FATMA (será que adianta?) pedindo anulação de questões. Reclamar para quem fez a cagada?), outros mandaram carta para jornais. E, se queriam fazer uma disputa justa, que caprichassem um pouco mais.

Uma coisa que quero saber é se existe algum órgão que fiscaliza ou regulamenta os concursos públicos ou qualquer um elabora a prova do jeito que bem entender e depois anula umas três questões para alegrar o povo e fica tudo por isso mesmo? Engraçado é que em todo concurso tem questão anulada… quem são os idiotas que fazem provas erradas? Por isso que digo que deveria haver fiscalização, tipo um… INMETRO. E fica combinado assim: só se pergunta o que foi pedido e só se pede o que será cobrado.

As empresas (de qualquer espécie) estão sempre querendo o melhor. Exigem e exigem capacitação, mas ninguém investe nela, a não ser o próprio candidato. Só que, nessa de eles quererem o MELHOR, acabam é ficando com o MENOS PIOR.

Aqui: www.acafe.org.br/new/concursos/fatma_2008/provas.php estão as questões e os gabaritos. Quem quiser dar uma olhada, ou quem fez a prova e não achou que estivesse tão absurda assim e quiser, sinta-se à vontade para discordar de mim.

Rodrigo D.

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