Simplicíssimo

Espírito Cego

Espírito Cego
Um dia vislumbrei;
percebi a vastidão do mundo
e chorei.

Não entendi as mazelas,
procurei amor, sensatez, carinho…
Mas apenas elas…

Discernir do certo
para o justo
não é para o olhar
de um moribundo.

Não enxergo.
Viver é um mistério.
Procuro encontrar
algum sentimento…
Mas apenas ar
e um meditabundo,
morrendo…
Descobrirei meu fim?
Cego, inerte,
à mercê do mundo?

Sem reviver e
recuperar perdas
senhor do tempo,
afinal, não serei.
Já era. Fui.
Só me resta o adeus.

Mauro Rodrigues

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