Simplicíssimo

The End

O dia em que tudo for perfeito, em que tudo estiver no eixo, em que não houver mais questionamentos, em que o problema maior será decidir entre ver o amanhecer e o pôr do sol… Nesse dia será o fim.

Nada é perfeito, e a não perfeição é que nos atrai é que nos instiga a querer mais. Sempre mais. Sempre atrás de algo, a insatisfação eterna do ser humano. Eu entendo hoje o que ontem parecia sem sentido. Eu entendo hoje, que sou mais do que parecia, e que por isso e que por decreto, algumas pessoas não me merecem ao lado. E como nem sempre o óbvio é explicito precisa-se falar, explicar, fazer entender. Como seria simples que apenas um olhar pudesse ser entendido. Mas a vida é isso aí. A gente vai, a gente volta, cerca, sai do lado, decide, não tem certeza, quer mais menos, quer nada. Um dia quem sabe a gente se satisfaz. Um dia quem sabe tudo chega ao fim.

***

Vamos repassar tudo. Desde o começo. Todos os passos, todas conversas, todos os segredos, todas as promessas, todos os pedidos, todos os olhares, todas as brigas, todas desavenças, todos os sorrisos, todas as músicas, todos os “sims” e todos os “nãos”. Revisar cada palavra dita, cada minuto no sol, cada passeio na chuva, cada emoção do carro chegando, cada pensamento. Rever sentimentos contidos, frases soltas, desconfianças infundadas, crença em demasia, locais visitados, jornais recolhidos, manchetes que mentiram e outras que me tiraram o chão. Vamos começar de lá. Daquele dia. Do começo de tudo. Vamos solicitar o extrato de todo período. Quero conferir tudo. Quero ver o erro. Quero saber agora onde foi que nos perdemos. Onde foi que me perdi. Onde foi que assinei o decreto de “loser”. preciso disso agora. Eu preciso saber disso. Eu preciso hoje de alguma explicação Apenas hoje.

***

Eu entendo as palavras dos outros. Eu entendo que é preciso ser escutado e tenho sempre a disponibilidade de ouvir. Sou do silêncio e não das palavras. Então ouvir não é um exercício desgastante. Mas ao que parece para os outros é completamente entediante ter que ouvir alguém. As pessoas (algumas, muitas, a maioria) esperam que você esteja sempre bem. Sorrisão na cara, disposta a aturar e achar graça de tudo. A não ser claro que queiram desabafar. Aí você tem que se compenetrar para ouvir. Sem problemas. Me disponibilizo sempre a isso e nunca fui de cobrar do tipo “se eu faço, você deveria fazer também”. Cada um sabe como agir. Mas o que me intriga é que no momento em que você resolve dizer que não está bem, que hoje não está legal o que você ouve? Um “então tá, a gente se fala depois”. Incrível não é? Por isso minha vida não é um livro aberto por mais que possa parecer. Por isso segredos meus são meus e apenas uma ou duas pessoas me conhecem e sabem o que faço, o que passo, o que sinto. O resto? O resto é o resto. Não se pode esperar muito. Não se pode contar muito não. Talvez por ser o tipo de pessoa que se alguém chegar e dizer que hoje tudo parece errado, eu juro que tudo que estiver ao meu alcance eu vou fazer para ajudar, para tentar que essa pessoa fique bem. Qualquer coisa. Nem que seja escutar. E pelo que tenho visto, escutar hoje vale ouro.

Lenne (somente Lenne)

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