Simplicíssimo

pantano 3

Devo meus serviços

Não faça alarde

Posso crescer em vossa companhia?

Tenho uma carta nas mãos. Vou lê-la

A bondade humana jorra como leite

Falta-me ambição

Sobra-me maldade

A ambição consola a maldade

Deseja aquilo que temes fazer

Posso omitir meu temor e salvar as lágrimas

Temos auxilio do mensageiro

Não sou preparado para o meu caminho

Vossa majestade pede um propósito para servir

Vou soprar dentro de cada olho

Vou suplicar para me afogar nos ventos

E para voar nos mares

Mergulhar na terra e me deitar no fogo

Minha intenção acabou

Vou tropeçar

Saí de meus aposentos

Vou me sentar ao mar

Preciso de uma opinião

Eu quero tanto que me curvo

Como o peixe, mas imploro algo que me seja sutil e que eu não possa perceber

Um porteiro entra e afasta os dois

Fecha a porta e a ambigüidade se desfaz

Tenho uma adaga na mão direita

E ninharias na mão esquerda

A vida como febre

O sono, como tontura,  desfaz tudo, como um sopro no olho.

erika ------------------------------------------------- fraenkel

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