O texto abaixo faz parte de uma série que estava aguardando pela presença de um desenhista que os formatasse em tirinha. Como ele ainda não apareceu, resolvi começar a publicação. Quem sabe alguém por aqui se habilite, não é mesmo? São brincadeiras em forma de propaganda e até mesmo uma paródia de algum comercial, como é o caso deste primeiro. OS demais seguirão em intervalos periódicos (isso não é uma redundância?) semelhante aos próprios reclames do dia-a-dia.
I – Rei Pelé
Num luxuoso ambiente hospitalar, Pelé aparece deitado ao leito com uma bata branca típica (daquelas com ventinho nas costas) e fala para a câmera:
_ Com esse convênio você é tratado como um Rei, entende?
Ao seu lado, dois súditos balançam de forma ritmada enormes plumas com penugens braço-acinzentadas.
_ Acomodações privativas, entende? – diz nosso atleta abrindo uma porta que revela um espaço com varal onde suas roupas íntimas estão a secar.
_ Você pode contar com todos os exames, entende?
Ao fundo, vê-se as pernas agitadas e ouve-se os gritos de um sujeito tentando escapar de ser sugado por uma máquina de tomografia.
_ A assistência é personalizada, entende?
Duas enfermeiras boazudas e insinuantes, uma mulata e uma loira de xuquinhas (assim mesmo) ajudam-no a vestir a camisa da seleção e a calçar as chuteiras.
_ Bom, mas também tem outra forma de você ser tratado como rei, entende? – diz ele mostrando um comprimidinho azul em meio a um sorriso imensurável e abrindo a porta que leva ao corredor.
O ídolo é imediatamente cercado, apalpado e esmagado por uma multidão de mulheres na maior tietagem. Mulheres de todo o tipo, assim como num buffet de sorvete. Com o uniforme desfigurado, chuteiras em punho e marcas de batom por todo seu rosto,, tomado agora por uma expressão de pavor, Pelé consegue livrar-se do bolo e sai em disparada, voltando-se para a câmera e perguntando:
_ Alguém aí sabe um atalho pro Maracanã? … Entende?
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