Simplicíssimo

O gosto do azedo

Caros amigos, leitores e colunistas do Simplicíssimo,

 

Desejo que todos estejam bem! Há alguns dias venho pensando em um tema interessante para estrear aqui neste espaço e, justamente ontem, ouvindo despretensiosamente certa música no rádio, surgiu a idéia tão esperada.

A canção se chama “O gosto do azedo” e foi composta por Beto Lee em 1998. Na incomparável interpretação de sua mãe, Rita Lee, a melodia nos faz pensar realmente sobre o que temos de azedo em nós (bom dia para você que nunca havia pensado nisso!).

Para o sangue, sou o veneno
Eu mato, eu como, eu dreno
Para o resto da vida, sou extremo
Sou o gosto do azedo
A explosão de um torpedo
Contaminação do medo
Eu guardo o seu segredo
Sou o HIV que você não vê
Você não me vê
Mas eu vejo você
Sou a ponta da agulha
Tanto bato até que você fura
É a minha a sua captura
Sou dupla persona
Seu estado de coma
Sou o caos, sou a zona
Seu nocaute na lona
Eu sou o livre-arbítrio
Sem causa com efeito
Sua força é meu grande defeito
Sou a dor da tortura
Uma nova ditadura
Terminal da loucura
Sou o vírus sem cura

Posso dizer que, por muitas vezes, em meu cotidiano, me observei sentindo o gosto do azedo, como se nada diferente pudesse acontecer naquele exato momento. Tal sensação parecia estar reservada para mim, como grande lição, “tapa com luva de pelica”, mistério, reflexão.

Cada um de nós possui o seu azedo peculiar. E o mais fantástico de tudo é poder descobrir que, assim como as cinzas precedem o renascimento da fênix, o gosto do azedo é apenas o prefácio daquilo que viveremos de mais doce em nossas vidas.

Um grande abraço e até a próxima!

 

Tatiana Kielberman

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