Simplicíssimo

Desabafo

Quando escrevo me solto. Ou, quando me solto escrevo. Não sei mais ver as coisas como antes. Tudo muda na medida , e eu ando parada, não consigo dormir e minhas costas dóem.

Voltei pra internet a poucos dias. As brechas que encontrava davam pra escrever ¨micro textos¨.

Mas estou de volta, com tRês horas de espaço virtual e sideral por dia, porque meu pai tem mdo dos vicios, ao menos com relação ao computador ele tem.

Sabe o que mais? Tenho medo qe ele desista. Tenho medo de ele não ver que eu o amo e me preocupo. As coisas passam por mim feito o vento. Não sei como agir, e todos acham que eu não ando no mundo real.

Prtefir não me meter onde as pessoas não me chamam, mas presto contas, ou não,enfim, as pessoas me cobram uma posição financeira diante delas. É, eu tenho 17 anos e não sabia quão bom era quando tinha 8.

Devo escrever tudo em um papel?! Gasto por gasto?! Ou talvez…deva colaborar com mais de 30 reais pras despesas da casa…

Colaboro com 30, pra internet.  Eu não sei,queria entender melhor ou talvez nem queira de fato entender.

Trabalho numa rádio comunitária há 3 anos. Gosto do que faço, embora tenha de trabalhar a mais nos finais de semana e ganhe pouquissimo. E as pessoas me cobram uma posição. Talvez eudevesse mesmo sair de onde estou, pra não estagnar, e pras pessoas pararem de me cobrar . porque de fato, agora entendo como as pessoas se tornam o que são.

Não durmo a noite. Deve ser o relógio biológico. Estou de férias da escola até daqui mais ou menos duas, tRês semanas. Durmo a mais pela manhã, até as 11. claro que durmo a mais porque sei que daqui há mais ou menos duas ou três semanas eu desperto cedo de domingo a domingo.

E então, será que eu devia não dormir nas férias?!

Meu pai não gosta disso também.

Meu pai me diz que eu sou fria e não o abraço mais…

Meu pai às vezes diz que quer desistir de mim.

Meu pai me diz que eu não presto contas, gasto meu dinheiro sem dizer á ninguém como , quando ou com o que gasto me dinheiro.

Mas eu trabalho, e trabalho sozinha, e as pessoas não querem trabalhar junto comigo na hora do batente, ah! Isso não!

Enfim, paramos de conversar. Quando algo acontece não há dialogo, há gritos.

Meu pai diz que sou orgulhosa.

E que fico brava quando tenho de fazer os serviços da casa.

E hoje, ficou bravo porque um amigo meu dormiu no meu quarto.

Sabe o que acontece comigo agora?!

Ah, eu me sinto um lixo! Alguém sem utilidade.

Talvez seja mesmo, só sei julgar e não rever conceitos . não sou santa, mas também não vivo cercada de maus hábitos.

Cheguei aos 17 anos de idade e não sinto que tenho um porto seguro.

Cheguei aos 17 anos de idade com contas atrasadas a pagar e com pessoas novas em minha vida, mas que ainda não me provaram seu valor.

Não sei se eu provo meu valor.

Eu minto as vezes, pra não precisar brigar.

Mas procuro ser sincera com minhas ideologias e opiniões.

Não posso me esconder por muito tempo se for o caso. O ideal seria nascer de novo, ou quem sabe, ser tudo aquilo que não sou, porque de fato, meu pai deve sonhar com uma princesa e não com uma menina de cabelos cacheados e allstar no pé.

Não posso satisfazer todo o mundo.

Não sei o que fazer pra resolver essa situação com meu próprio pai.

Posso ter cara de mau, mas eu não o sou. Não é porqe tenho um piercing no queixo e seja séria na rua, que ele não pode conversar comigo. Não é porque a porta do meu quarto fica fechada que ele não pode abrir e vir me dar um abraço.

A culpa é minha sempre, eu é que não dou margem pras pessoas, segundo ele.

Ah, o problema sou então, talvez devesse fingir ser algo que não sou.

Não consigo dar margens as coisas se aquilo que temos pra resolver ou o carinho que ele tanto pede se não é reciproco.

Além disso, preciso comprar dez cadernos, três canetas e um uniforme novo pra escola.

Tô pedindo pra Jesus vir me ajudar né!

Eu mereço.

Devo ter pedido por isso tudo antes de nascer.

Sabe o que me tranquiliza?!

Saber que eu poderia tomar atitudes ainda piores que os erros que cometo.

Mas eu não sou assim.

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*e nem vou me revoltar.

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Maria Ana Maioli

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