Simplicíssimo

velhas idéias

Eu não duvidava do tempo. Na verdade, eu sempre odiei a forma de me relacionar com o tempo. Tudo passa rápido demais, comigo as coisas acabam antes de começar, ou melhor, eu cresci antes deste tempo e agora sofro…por estar sozinha, por ser sozinha e por ter de conviver com o tempo.

Esperar, quem dera esperar. As coisas do mundo me arrastam pra junto de si, as pessoas cobram coisas, as pessoas não têm pena ou consideração, as pessoas nunca foram humanas. Elas querem um mundo do seu jeito e elas odeiam as diferenças. Suas vidas baseiam-se num manual de instruções que eu nunca encontrei em lugar nenhum.suas coisas são comuns, suas mentes são comuns, assim como sua forma de ser, de estar, de falar, de vestir e…e…e…

Cair na real as vezes é duro. Pés no chão. Odeio ter os pés no chão. Ter os pés no chão é estar cego pras coisas mais importantes. Com os pés no chão, a gente conhece uma realidade podre. A nossa realidade. E isso me deixa com medo. Com mdo de tudo. Com medo de mim. Com medo do futuro.

Eu pareço uma criança. Talvez até seja, a diferença é que aqui, e com os pés o chão, não tem cama pra mim me esconder embaixo, não papai oi mamãe que alivie as dores, não tem nada.aqui embaixo tem uma máquina, comandada por várias outras máquinas.

O que nos deixa assim, sem vida…é a falta de sonho. É a falta de asas pra voar por ai,é a falta de tato.

E os textos acabam sempre assim. Querendo uma esperança que não aparece…vivemos e vivemos procurando uma solução pro mundo e nunca pro coração…

e…e…e…

 

Maria Ana Maioli

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