Simplicíssimo

Nossa língua portuguesa

Ultimamente as pessoas parecem não mais conhecer o nosso idioma. Nossa língua portuguesa foi aviltada tamanho os absurdos a que estamos acostumados a ler e/ou ouvir. Há pessoas determinadas a ignorar o bom português quando dizem fashion weeks, FWHouse, Niver, FWBroadcast, bye, please e outras baboseiras em detrimento da nossa Língua-Pátria. Aliás, faz muito tempo que trocaram palavras simples do nosso português pelo som alienígena e descabido havido nos termos estrangeiros (sobretudo o inglês) que prosperam sem nenhuma cerimônia. Passou a ser chique escrever e falar línguas outras que não o português. Com o advento da internet, então nem é bom falar. 
 
Seria na prática impossível combater o estrangeirismo através de Lei, como quis o Deputado Aldo Rebelo em seu malfadado Projeto. Sabe-se que a língua está sempre em processo de mutação, com algumas palavras caindo em desuso enquanto outras se incorporam ao nosso dicionário. Esse é um fato inquestionável. Mas daí a ter que fazer mau uso dessa regra, é demais também. Vejamos os letreiros com propagandas luminosas e dificilmente vamos encontrar alguma coisa escrita corretamente em português. Garanto que poucos sabem o real significado de suas palavras. 
 
Parece que estamos noutro País quando adentramos um Shopping Center (deveria ser Centro de Compras). É lamentável que sejamos reféns desse descalabro e tenhamos de conviver com esse modismo, sem falar que uma grande parcela da população desconhece inteiramente a nossa gramática. Certamente estamos longe de encerrar essa discussão, mas não podemos ficar alheios a esse momento histórico de intensas transformações culturais em que a Língua Portuguesa vai sendo passada para trás. Por enquanto eu penso que é preciso dar um basta em tudo que é Ligth, en passant, diet, point, delivery, del, stress, what, feedback, etc… 
 
Concluo o meu raciocínio com um pertinente trecho da poesia "Querelas do Brasil", de Maurício Tapajós e Aldir Blanc. Serve-nos de alerta à falta de consciência nossa, como também uma homenagem à brasilidade desses compositores. "Tapi, jabuti, liana, alamandra, alialaúde, Jobim akarare e jobim açu / Pererê, camará, gororô, olererê / Gereba, saci, caandra, desmunhas, ariranha, aranha / Cabuçu, cordovil, Caxambi, olerê / Madureira, Olaria e Bangu, olará / Sertões, guimarães, bachianas, águas / O Brazil não merece o Brasil / O Brazil tá matando o Brasil / Do Brasil S.O.S. ao Brasil" 
 
Recife, 17 de fevereiro de 2006

Luiz Maia

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