Nunca se soube a que santo eles deviam a sua estória. Fato é que, em São Paulo, na estação São Bento, pela época de São João, aconteceu . E foi coisa rápida. Ele, comissário de bordo e violonista, de Santo André. Ela, advogada serelepe, hóspede da Liberdade. Viram-se no trajeto para São Joaquim e travaram um conversê surreal. Perderam-se nos destinos. Sampa, babel de valores, coisas e pessoas, virou caso do acaso. Quais as chances de dar certo? Quase zero. Essa era a temperatura daquele dia. Precisavam se aquecer para não esquecer um do outro e logo. Conversaram sobre tudo. Falaram de futebol, cinema, política, sexo, drogas e rock and roll. O que interessa é que acharam tudo muito lindo um no outro e quando ele avançou a linha azul, houve uma perfeita integração. Ali, bem na estação da Luz, trocaram beijos apaixonados e foram parar no Paraíso sem nem se dar conta que passavam da Consolação. O clima era de Liberdade. Na fria noite paulistana, o violonista tocou o coração da moça: "tão bom ter um violão do meu lado", dizia e acariciava as formas curvilíneas dela. Bom mesmo é saber tocar um instrumento, ria ela da euforia dele. Caso feito e passado nos subterrâneos de Sampa, onde tudo que é vivo acontece. Viveram na Liberdade mas voaram logo para o Nordeste, terra de santos milagreiros e de gente de muita fé. Num lugarejo pernambucano chamado Encruzilhada de São João, eles tocam a vida juntos. Pra onde ele voa, a moça o acompanha. Decididamente, o amor está no ar!
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