– Papai Noel não existe, afirmou o irmão mais velho.
– Existe, sim – respondeu, convicto, o caçula.
– Deixa de ser besta. É tudo mentira.
– Não é, não. Papai Noel é de verdade. Eu sei que é.
– Quer apostar que não?
– Quero.
– O quê?
– Meu presente com o seu.
– De que presente você está falando? Já se esqueceu de que o pai está desempregado há um tempão? Este ano nós não vamos ganhar nada.
– Vamos, sim. Eu até já fiz o meu pedido. Papai Noel vai arranjar um emprego bacana pra ele.
– Como você é bobo! Não percebe que…
A frase foi interrompida pelo ranger da porta da sala. O pai havia acabado de chegar.
Correram do quarto e o avistaram na sala, abraçado com a mãe, em pranto.
Eram lágrimas de alegria. Depois de meses de procura, finalmente o marido havia conseguido emprego!
Quando as crianças tomaram conhecimento da boa notícia, o caçula tocou de leve no braço do irmão e falou baixinho:
– A nossa aposta, lembra? Pois então. Deixa pra lá. Não precisa me pagar nada, não.
Comente!