Faltando poucos dias para o Natal, topei com Papai Noel. Estava bêbado. Parou na minha frente e pediu-me um trocado. Dei-lhe o dinheiro e brinquei: “Espero que neste ano o senhor não se esqueça do meu presente”. “Quanto a isso, meu rapaz”, respondeu-me, “não se preocupe. Desta vez, ele vem.” E, com o polegar sinalizando positivo, repetiu: “Pode aguardar, que ele vem!”.
A seguir, o bêbado deu-me as costas e partiu, cambaleando. Ao que eu, em passos firmes, segui o meu caminho.
Dias depois, esquecido do ocorrido, estávamos todos em casa. O Natal finalmente chegara.
Na noite festiva, minha mulher entregou-me uma caixinha embrulhada, entrelaçada por fitavermelha. “Seu presente”, disse.
Desembrulhei. Dentro havia um teste de gravidez.
De imediato veio-me à lembrança o sinal que o bêbado fizera naquele nosso encontro.
Chorei. Depois de muito tempo voltei a crer em Papai Noel.
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