As vezes a gente cai na real. Acontece assim, olhando pro nada, olhando pra si e pras paredes. E a gente percebe que as coisas são de fato, muito mais simples do que a gente imagina.
Ter os pés no chão até parece 1º mandamento. Não ter os pés no chão, parece nascer com deficiência. E as vezes a gente se torna deficiente, a medida em que o tempo passa, e a medida em que a gente se permite deixar de ter medo da gente. É ai que as coisas acontecem sem uma ordem mas com uma certa organização indireta, das entrelinhas, dos meios e não dos fins.
É meio difícil entender o que poderia o não se passar num filme da vida. Parece a nossa mente. Cheia de complexidades e deficiências, cheia de coisas do mundo. Ela não é deficiente, tem os pés no chão e a mente no mundo , tudo interligado e funcionando , feito máquina, rotina, braços cruzados.
Somos quem podemos ser? Não somos, queremos sempre mais e esquecemos do essencial, esquecemos da gente, das pernas, dos braços, do oxigênio, das mãos, da vida singular e das coisas plurais, e num mundo cheio de dentes diferentes, ainda queremos dentadura.
Deixamos escapar segredos, deixamos de ver , pra poder falar.
E falamos a mais.
E faLAMos demais.
E estamos cegos.
Até que um dia…
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