Quem não teve as suas? Este seria o complemento ideal para o título acima. Mas isso é bobagem. Quer coisa mais intrigante que uma dúvida? Dúvidas são feitas para atazanar nossa vida, para nos deixar indecisos. Mas dúvidas também são feitas para provocar reflexões, revoluções, são o passo intermediário entre o nada, a “coisa estática” e a solução do problema, a evolução. Acreditando nisso, estamos contemporaneamente acreditando que para nos tornarmos pessoas melhores, mais sábias e, quem sabe, mais humanas, temos que ter dúvidas. O maior número possível delas, pois são elas que vão nos levar ao zênite. A iluminação que germina da meditação necessária para que possamos sanar uma dúvida é a arma mais poderosa das culturas orientais. Através dessa “iluminação”, os povos do Oriente revelam suas interrelações com o ambiente, com seus semelhantes e consigo mesmo. Nos “koans” taoístas, nos “mantras” hindus e nas citações e provérbios budistas encontramos peças raras de ensinamentos repletos de luz, compaixão, sabedoria, justiça e verdade. Minha dúvida maior neste momento é: quem somos? Nesta virada de milênio, com a chegada da tão propagandeada Era de Aquarius, que virá, segundo dizem alguns, para trazer um período de humanismo sem precedentes. Nessa Era há tanto esperada, os seres humanos farão descobertas morais que se refletirão em um maior auto-conhecimento e em um convívio harmonioso entre seres de diferentes raças, credos e níveis sociais. Inclusive, dizem, essas diferenças passarão a ser meras características ou, mesmo, deixarão de existir. Quem somos. Uma boa questão para se refletir. Se somos mesmo seres humanos, repletos de inteligência – únicos na face da Terra – como acredita a maioria, como podemos nos relacionar com nossos semelhantes da forma que o fazemos nesses dias?
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