De repente, ela constatou que atravessara muitos dezembros sozinha e cansara de viver a gostos. Meneou a cabeça e disse não.
Ele, aos pigarros, recompunha-se. (engraçado, ela parecia outra pessoa sem avental).
– Cadê esse almoço? Panela no chão. Pra quê a mala? Ela passa batom? – Que roupa é essa? Ela prende uma rosa no cabelo.
“De tudo ao meu amor serei atento”… – Verso pra quê? Porta a fora. – Cadê essa janta? Silêncios.
À meia-luz, sob uma lua em forma de D maiúsculo, ela vestiu-se de poemas e encantou-se pela vida, toda prosa.
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