Em meio aos comentários: "É o veranico de maio…", o Chumbão continuava sua busca por um presente que fizesse a diferença para uma pessoa especial. Andou, virou e mexeu. Resolveu fazer um vale numa loja de tintas para que seus pais pintassem a casa. Seria uma maneira original e que faria todos felizes.
Naquela manhã de domingo, saiu só para "Visitar a mamãe!?", como dizia sua esposa. Seus dois irmãos já estavam lá e aguardavam na varanda da casa tomando um chimarrão. A criançada corria no jardim. Perceberam que a mulher dele não havia vindo. "Um problema a menos", pensaram.
Depois dos cumprimentos, foram logo perguntando.
– E aí, trouxe algo elétrico, químico ou pior ainda? Ainda lembra do ano passado, né?
– Bah, se lembro. Presente eletro-eletrônico nunca mais. Aquele ferro auto-vapor foi o último desse gênero. Como eu ia saber que tinha vazamento interno?
– Ah!, pára com isso. Só se tu comprasse pela internet sem botar a mão na coisa…ehehehe! Mas fala o que foi que tu compraste desta vez.
– Dessa vez fiz um vale numa loja de tintas para os velhos pintarem a casa. Tá precisando. E comprei um cartãozinho, escrevi uma dedicatória…
– Dá aqui que vou levar pra vó. Falou um dos sobrinhos.
Enquanto o recém chegado tomava um chimarrão, ouve-se lá da cozinha da casa um grito. AAAAaaaahhhhh! Corre-corre até a cozinha e chegam a tempo de ver a mãe estarracada no chão após sofrer um choque elétrico. Olham todos boquiabertos e percebem que ela está com o cartão do Chumbão, fechado, numa mão e na outra o plugue chamuscado do liquidificador que estourou ao entrar na tomada.
– E eu que pensei que ela não ia conseguir adivinhar de quem era o cartão… Comentou, por fim, o irmão, pai do menino que levara o cartão-presente.
Feliz Dia das Mães a todos! Principalmente para a dos muitos identificados com o Chumbão.
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