Desde criança sempre fui determinada. Sempre quis a independência, sempre quis ter tudo o que sonhava, e desta forma, ser feliz, estar completa.
Desde criança acreditei num porto seguro, em ter alguém pra recorrer, um ombro pra chorar, pessoas de inteira confiança.
Desde criança, eu aprendi e ainda aprendo, na marra, a me virar e a me tornar cada vez mais aquilo que minha essência transparece , sozinha. Sou um ser e só. As vezes me sinto o ultimo dos seres. As vezes nem me sinto aqui.
Aprendi a não confiar. Aprendi a fazer comida, olhar no relógio, ficar sozinha e vestir minhas próprias roupas com 5 anos de idade. Aprendi que as pessoas não são humanas como quando a vida era de fato completa.
E eu cresci,e continuo crescendo. Continuo não confiando.
As pessoas existem, elas estão em todos os lugares. E existem por ai de todo o jeito. A gente aprende a confiar até certa altura, ai a gente aprende a diferença entre parcerias e amizades.
As pessoas de fato existem. Pai, tios avós, irmã. Família. A família nunca realmente foi meu porto seguro. A família sempre deu empurrõezinhos. Minha mãe foi embora, pra que eu crescesse. Meu pai me guiou até certo ponto, mas creio que agora ele não pode e não mais vai ser alguém em quem eu possa encontrar apoio. Depois que fiz 17 anos, esqueci um pouco de como as coisas estão me esperando. De como a natureza é perfeita em suas leis. Esqueci um pouco de minha fé. Pensei em mim um pouco além daquilo que eu era. Pensei em mim sozinha, em mim mesma com o meu dinheiro. Pensei em mim confiando apenas em mim e tive provas vivas de que no final das contas, isso é o mais importante. Deixei altruísmos de lado,adotei egoísmos. As vezes acordo super totalitária, as vezes quero companhia na mesma sincronia em que começo a chorar.
Me vejo só e me sinto só. Só em versos da poesia real, e desta vez, nem sempre musicada.
As pessoas de fato estão em todo o lugar. Pais nos põem no mundo e depois que a gente cresce, eles mais complicam nossa vida, que a completam!
É fato. Eu estou aqui e nem sei aonde vou parar. Tenho fé em mim sim.sei que não vou parar, não agora, não posso me acomodar, feito meu pai, que tem a idade que tem e anda alienado.
Admirava meu pai, ele costumava ser meu herói, meu inspirador, meu porto seguro. Mas meu pai deixou certas coisas de lado. Não sei o que houve.
Agora existem as diferenças e não abraços, existem gritos, ao invés de amizade, agora existe eu cuidando de mim mesma e fazendo certas opções que muitas vezes pessoas feito meu pai, incluindo outras pessoas, não aprovam.
Não posso reclamar. Sempre tive acessos as coisas do coração e da mente. Sempre pude ser quem sou, sempre pude ouvir o que quisesse, sempre pude ir onde quisesse, sempre pude ter os amigos que quisesse.
Acho que sempre fui livre. Acho que antes eu era pequena, sonhando alto, querendo ter a idade que tenho! Meu deus! Me surpreendo! Porque agora tenho que de fato usufruir daquilo que aprendi pra seguir em frente e continuar aprendendo, quem sabe, de uma forma um pouco mais sutil! Espero que sim, porque todo esse caos, e as pessoas ao meu redor me deixando louca andam me fazendo mal.
Preciso de ar puro. E de um abraço.
Preciso de fato de pessoas humanas. Preciso crer cada vez mais na vida e em mim! Preciso ser quem sou cada vez mais, sejam lá as opções que eu mesma fizer. Se vou sofrer?! Não sei! Já estou sofrendo, que diferença faria?!
Somos todos tão pequenos de espírito que um pouco de sofrimento não faria mal pra gente crescer!
É lógico! É arte.
E o melhor de tudo é que o ano ta só começando, ainda há tempo. Quer dizer, há tempo, até que eu deixe de viver!
Acho que não vou deixar barato.
Devo estar aqui por alguma razão.
Com 17 anos, e idéias que nem todo mundo com a minha idade compreende, na cabeça!
Deixe estar. Vamos ver até onde o vento me leva. Me eleva!
To esperando que as pessoas leiam isso tudo.
Que meu pai me dê um desconto, afinal, ele quer saber tudo o que eu digito no micro.
Acho que ele precisa descansar!
Acho que eu preciso de um desconto!
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