Simplicíssimo

Aurora

Hoje acordei sem sol

Minha manhã estava nublada

Com respingos de angústia

Uma fala persistia marcada

Num canto obscuro de lástima

Hoje acordei sem sol

Minha manhã estava nublada

Com respingos de angústia

Uma fala persistia marcada

Num canto obscuro de lástima

 

Pensei em arrependimento

Procurei não muito refletir

Solitariamente, quis rir

Mas algumas lágrimas nasceram

E rolaram por uma face

Que ao perceber o reflexo

Não reconheci, jurei que não vi

 

Fui apresentado à minha dor

Ela sorriu-me, reconhecendo vitória

Quem é essa que me rouba a aurora?

Faz meus dias esvaídos de simetria

Por ora, me esqueço

Para não cair no abandono

Mergulho na inércia do não-saber

Mesmo martelando na cabeça

A idéia do não-querer

 

Sou apenas o resumo da mesa posta

O resto da janta de ontem

Sou xícaras lavadas de café da manhã

Servido em tom de desapego

Transa sem chamego

Solidão no calor do abraço

Desconcentrado estou

 

Não foi você que vi

No escuro do meu quarto

Não era tua voz que ouvia

Era o som da falta

Que outro me faz

A falta do que não tive

 

O acaso me procurou à noite

Me fez sorrir bravamente

Amanhã nascerá o sol, não esqueça

Eu não acreditei e dormi

Sonhando com raios ultra-violeta

Daniel Loose

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