Simplicíssimo

Ao limbo ou ao limo

São Paulo, 07 de maio de 2007.

AO LIMBO OU AO LIMO…

Noticiar um fato pode. Informar os possíveis motivos pelos quais determinado tumultuo começou, terminou, culminou, enfim, ocorreu, pode, deve. Agora, dar a sua versão, particular, individualizada, formando ou tentando (de)formar na população uma idéia de pandemônio e discriminação, aí não pode, não deve, não tem como…

O tumultuo ocorrido na última madrugada de domingo ocorreu. Ponto. Foi num show do Racionais MC´s. Ponto. Algumas pessoas subiram em árvores, carros e bancas de jornal para poder assistir à apresentação. Ponto. A polícia tentou tirar os espectadores incorretamente instalados. Ponto. Confusão, quebra-quebra. Ponto.

Nesta manhã assisti a dois respeitáveis telejornais relatando o ocorrido. Primeiro ponto a se prestar uma atenção mais específica: Pessoas estavam instaladas sobre árvores, carros e bancas de jornal desde a primeira apresentação, de outros artistas, INCLUSIVE na apresentação do referido grupo. Mas nenhum destes respeitáveis veículos informativos relatou. Um destes telejornais ainda teve a cara de pau de informar o valor do cachê recebido pelo grupo (R$ 26.000,00), esquecendo-se de informar o valor dos mais de cem outros artistas contratados pela prefeitura municipal paulistana. Claramente entende-se a intenção de apelar ao absurdo que o valor representa à maioria da população. Não se contendo com esta valiosa informação, foi além, meu xará de sobrenome “Hummel”, relatando que não é a primeira vez que tumultuos são registrados em apresentações DESTE referido grupo. Relatou com certo detalhe as seis ou sete vezes em que incidentes aconteceram em eventos que contavam com a, ao que parece, bem indesejada atração. Poderiam ao menos disfarçar um pouco mais, colocando sequer UM outro artista, grupo ou banda em que, eventualmente, ocorreram incidentes nas apresentações. Ou alguém achou que o valoroso show do U-2 não registrou uma única alteração?

Não gosto da idéia da perseguição, e nem quero levantar fantasmas antigos, mas, independente do gosto musical, tem gente querendo usar um indesejado grupo autor de letras agressivas, como puro exemplo de perigo real. Não sei porque, lembrei-me de como eram feitas as campanhas contra o comunismo, contra o socialismo, ou qualquer idéia que pudesse fazer as pessoas pensarem de forma diferente da dita “convencional”… E isso não é, de forma alguma, uma defesa ao conteúdo das letras deste grupo, registre-se.

Cabe pensar. Cabe refletir. Cabe saber que já é tempo de pescarmos essas intenções subliminares na dita mídia convencional. Eduquemos nossos filhos pessoalmente. Nunca confiemos a estes setores a função de transmitir valores que podem trazer muita infelicidade e privação.

Pronto, acho que já disse. Dito está, e quem quiser que conte mais outras…

Marcos Claudino

Marcos Claudino

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