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De Volta pro Vanila Sky do Futuro – Cap. V

Capítulo V – Admirável Velho Mundo Novo…
 
Max estava deitado numa espécie de deserto. Muita areia em sua volta. Levantou-se e se olhou, sem entender. Estava vestido com uma calça jeans, coisa que pra ele não existia, uma camiseta branca com um desenho estranho. Um par de tênis brancos completava o visual.
Não muito longe dali vinha um barulho diferente. Caminhou pela areia e viu, deslumbrado, o mar batendo violentamente suas ondas nas pedras. A visão era hipnotizante.
– O que é isso? De onde apareceu tanta água? O que estou fazendo aqui? Que vestimenta é essa?
E tudo estava errado para Max. No seu mundo, água era tão escassa que a maioria da população não tinha acesso direto a ela. Nas pílulas concentradas estava a dosagem ideal para o sustento. E aquelas roupas? Calça desconfortável e quente. Que tipo de amianto era aquele, sem proteção térmica interna…
Uma gaivota pairou sobre sua cabeça, sumindo na vegetação da ilha próxima à praia. O susto foi grande.
– Muito bem, só pode ser um sonho… Já que é assim, aproveitemos a visita a este estranho planeta.
E saiu caminhando sem direção. Sentiu com estranheza a refrescância da água do mar molhando suas pernas. Tirou o tênis, arregaçou as calças até os joelhos, e foi conhecendo a orla da praia. No final da praia viu que uma vegetação começava, logo após as pedras. Um primitivo veículo de navegação estava atracado junto às pedras. Era um barco de pesca, flutuando preso a uma corda, vazio. Seguiu sem direção mata adentro. Apalpava as árvores, as folhas, cipós. Uma dor aguda no dedão fê-lo soltar um grito de dor. Um caranguejo deixou seu cartão de visitas, antes de se perder em direção ao mangue.
– Andróide estranho…
Para Max, a sensação de dor era totalmente desconhecida. No nascimento, entre as 1300 vacinas, uma que eliminava a sensação. Problemas de saúde (raros) eram detectados pela roupa, pelo banho, pelo cobertor ou travesseiro.
Voltou à praia e viu que o veículo de flutuação tinha agora em seu interior uma pessoa, coincidentemente trajada de maneira bastante semelhante às suas. Pele bronzeada, chapéu à cabeça, um som diferente saía de seus lábios. Harmonioso e agradável, o que mais tarde o agradaria bastante, o assovio.
Sem ser percebido, Max ficou observando a preparação do pescador para conseguir o alimento do mar. Outro suposto robô assustou nosso herói, denunciando-o ao pescador. Uma baratinha do mar passou sobre seus pés.
– Ei moço, se ficar aí as baratas vão fazer banquete do senhor…
 
… continua…


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Marcos Claudino

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