Simplicíssimo

Padrões Estéticos – Não fui eu que fiz…

Já falei sobre este assunto outras vezes. Beleza, estereótipos, padrões estéticos.

Confesso, assisti um pedaço do Miss Universo 2008. Do que vi, gostei de uma, tailandesa, japonesa ou chinesa (não me lembro) que, contrariando os padrões de suas origens e medidas convencionais para essas pobres concorrentes, apresentava curvas e carnes que, com boa dose de risco de estar certo, era chamada de gorda pelas demais. Claro que a moça não figurou sequer entre as vinte melhores. Ah, sim, gostei também do tombo da raquítica estadunidense. Bi-campeonato, repetindo o gesto da concorrente do ano passado. Lógico que dei risada, mas por motivos políticos…

Toda a pompa e glamour, luzes, câmeras, shows, e lá vêm as magrelas de biquíni, depois de vestidos longos, depois as cinco finalistas respondiam a uma pergunta que deveria ser no mínimo inteligente. Doce ilusão, tão idiotas quanto as perguntas foram as respostas. Ok, o concurso não era de inteligência nem de caráter ou personalidade. Só faltou uma delas dizer que seu livro preferido era “O Pequeno Príncipe”. E as bonequinhas modeladas segundo os padrões estéticos atuais até demonstravam certa dose de emoção. Também, pra isso esperaram e foram preparadas desde tenra e cruel idade, abdicando de suas infâncias, chegando à segunda década de vida no auge de seu modelito “barbie”, prontas a receber a coroa de brilhantes e o cetro do poder radiante de seu posto máximo.

Injusto seria dizer que são feias. São lindas sim, de rosto (nem todas), mas o que me irrita é o corpo. Aquela magreza malhada de Bündchens, tão venerada nem sem bem por quem, mas a mim é óbvio que quem inventou este padrão não gosta de mulher, não pode gostar… Onde estão as curvas, as carnes, uma única personalidade interessante? Estão fabricando essas moças, porque parece ser vantajoso financeiramente a alguém, não sei bem.

Por outro lado, as “mulheres-frutas” brasileiras proliferam. Um oposto agressivo deste movimento ressecado, exagerado, como deveria mesmo ser. Claro que elas vêm embrulhadas num pacote musical cuja qualidade não só é inexistente, como é péssima mesmo. Mas, basta apertar o botão “mute”. É o Brasil declarando-se contra a subnutrição estética. E dançam as bundas, arrebitam-se em seus shortinhos especialmente preparados para este fim. Tem melancia, morango, melão, jaca, abacate, kiwi, e já estudam a fabricação de uma salada de frutas muito apetitosa.

Na prateleira, o freguês tem múltiplas escolhas à disposição, sabendo desde já que elas não são para o seu bico. Deposite a moedinha, aperte o botão e pegue seu exemplar, desfrute até gastar, mas seja rápido, porque pode ser que amanhã mesmo seu produto já esteja ultrapassado.

Boa sorte!

Marcos Claudino

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