Simplicíssimo

Passou

O tempo passou. Perder sem nunca possuir. Foi tudo um intervalo de um mês na vida real, esquecia-se até de como era tudo antes. Agora volta. É agora como de uma grande viagem regresso, retornando ao velho lar, à velha rotina, à velha e entediante cor cinza da vida comum e solitária. Aconteceu rápido, como o disparo de um gatilho que deu inicio à viagem ligeira de uma bala, como foi. Verdadeiramente, nem deu tempo de pensar no que estava acontecendo, não deu tempo de colocar as coisas ao seu tempo, e foi por isso que tudo acabou com um tempo. A porta para a saída de um quarto escuro e silencioso em um momento se abriu, saiu. Mas para onde foi? A luz foi tão forte que não enxergou. Não sabe se o novo lugar não se adaptou, ou se não se adaptou ao novo lugar. Parece agora que tanto faz entre o velho quarto e o novo, nesse momento os dois se parecem muito. Talvez por que a grande graça de tudo tenha sido exatamente a passagem e não o novo lugar para o qual se mudou. Talvez deva encarar esse tempo como a passagem de um mês, como a mudança, e não como o estado em que agora está. Começa a aceitar que tudo agora acabou, acha agora que as previsões de suas experiências estão certas. Está agora pensando: "passei, e enfim tudo passou".

Murilo de Andrade

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